13 de maio de 2021

Resenha | Um Beijo e Nada Mais - Mary Balogh

Olá, pessoal. Como vocês estão? Não vou me estender muito explicando os motivos que fizeram com que o blog ficasse parado durante tanto tempo. Infelizmente, a Covid-19 fez uma vítima fatal na minha família. Precisei de um tempo para processar e está sendo bem difícil. Minha família precisa aprender a conviver com esta perda e para isso precisamos retomar de onde havíamos parado. Por isso estou aqui, ainda sofrendo, mas seguindo em frente. Se cuidem e cuidem dos seus, todo cuidado é pouco.


Livro cedido em parceria com a editora.

Autora: Mary Balogh

Tradutora: Livia de Almeida

Série: Clube dos Sobreviventes #6

Número de páginas: 288

Ano: 2020

Editora: Arqueiro

Skoob: AQUI

Compre: Amazon

 

Sinopse: Desde que testemunhou a morte do marido durante as Guerras Napoleônicas, Imogen, lady Barclay, se isolou em Hardford Hall, na Cornualha. O novo dono da propriedade ainda não apareceu para reivindicá-la, e ela torce desesperadamente para que ele nunca venha acabar com sua frágil paz.

Percival Hayes, o novo conde de Hardford, não tem nenhum interesse na região distante da Cornualha, tanto que, desde que recebeu o título, nunca quis conhecer o lugar. Mas em seu aniversário de 30 anos ele está tão entediado que decide impulsivamente fazer uma visita às suas terras.

Ao chegar lá, fica chocado ao descobrir que Hardford não é o monte de ruínas que imaginou. Fica perplexo também ao constatar que a viúva do filho de seu predecessor é a mulher mais linda que já viu.

Em pouco tempo, Imogen desperta em Percy uma paixão que ele jamais pensou ser capaz de sentir. Mas será que ele conseguirá resgatá-la da infelicidade e convencê-la a voltar à vida?



Ninguém pode tomar o lugar de outra pessoa. Cada um de nós precisa abrir seu próprio espaço.


Percival William Henry Hayes, conde de Hardford, visconde Barclay, está entediado. Em seu aniversário de trinta anos, Percy constata que nunca teve nenhuma responsabilidade real e, apesar de ostentar dois títulos, nunca foi um membro muito atuante na Câmara dos Lordes. Rico, bonito, inteligente e bem relacionado... não há nada que complique a sua vida, por isso seus inúmeros privilégios começam a lhe cansar. Demasiadamente. Tentando encontrar algum propósito, Percy resolve visitar Hardford Hall, propriedade nos confins da Cornualha herdada - e negligenciada - por ele há dois anos.

— Estou bêbado, Watkins — anunciou Percy —, e tenho 30 anos. Tenho tudo na vida, como meu primo acabou de me lembrar, e estou tão entediado que me levantar pela manhã me parece um esforço inútil, pois tenho que voltar na noite seguinte.

Chegando ao local, Percy descobre que a propriedade não era tão decadente quanto imaginava, mas ela guardava alguns segredos. O falecido conde não deixara para trás somente empregados e arrendatários, mas também uma irmã solteirona e uma nora viúva, que ainda residiam na propriedade sem o seu conhecimento.

Imogen Hayes é nora do falecido conde e há oito anos mora sozinha em um charmoso chalé situado na propriedade de Percy. Imogen preza pela ordem, mas precisa mudar toda sua regrada rotina enquanto o telhado de sua moradia passa por uma necessária reforma. Como se não bastasse este incômodo, a visita do novo conde de Hardford, que nunca demonstrou interesse pela propriedade, acontece justamente quando ela está impossibilitada de voltar para casa.

As primeiras impressões que Percy e Imogen têm um do outro não são nada favoráveis. Para ela, ele não passa de um canastrão que usa seu charme para conquistar a confiança das pessoas, mesmo que não a mereça. Para ele, ela é como o mármore: dura e fria.

Com o passar do tempo, porém, Imogen e Percy encontram um meio-termo e passam a conviver civilizadamente. A visita de Percy, que inicialmente seria rápida, começa a se estender por dois motivos. O primeiro é a descoberta de algumas situações estranhas envolvendo movimentações ilegais dentro de Hardford Hall, já o segundo envolve Imogen. Com a convivência, os dois passam a apreciar a companhia um do outro, mas Imogen não consegue se permitir, pois que carrega consigo a dor da perda de Richard, seu marido, e o trauma de ter presenciado sua tortura e morte.

Para ser feliz, Imogen precisa se livrar do peso que vem carregando há oito anos. Basta saber se será Percy o responsável por libertá-la.

— Como ousa? — disse ela.
Ele lhe devia um humilde pedido de desculpas, no mínimo.
— Foi um beijo. Nada mais. — argumentou ele, em vez de se desculpar.


••••••••••


Um Beijo e Nada Mais é o penúltimo volume da série Clube dos Sobreviventes, de Mary Balogh. Imogen é a única mulher do grupo de amigos que sobreviveram às Guerras Napoleônicas. A personagem sempre me intrigou por conta de sua personalidade altiva, repleta de dignidade, e pelo ar de mistério que sempre a rodeava. Também me chamava a atenção o fato de termos o luto e traumas envolvidos, temas que geralmente rendem boas histórias.

Em muitos de seus livros, Mary coloca seus personagens para lidar com mais do que apenas o romance entre eles, o que funciona quando ambos, o romance e os acontecimentos paralelos, são interessantes. Não posso dizer que fiquei decepcionada com a história de Um Beijo e Nada Mais, porém, ao término da leitura, senti que faltou química entre os protagonistas e propósito para a trama paralela.

Imogen e Percy são personagens que funcionam bem separadamente. Juntos, entretanto, eles não se complementam. Dizem que os opostos se atraem e eu não discordo, mas a heterogeneidade entre eles me causou certo incômodo. Devido ao luto de Imogen e ao tempo que ela demorou para se permitir amar novamente, eu imaginava que, a princípio, iria me deparar mesmo com uma relação mais engessada. O problema é que esta falta de naturalidade perdura durante todo o livro e me causou certo desconforto.

Imogen carrega o trauma da morte de Richard, seu marido, e a tristeza de sua ausência. Além de marido e mulher, Imogen e Richard eram melhores amigos, perdê-lo foi um baque do qual a protagonista nunca se recuperou totalmente. Imogen preza pelo controle e pela pacatez de sua vida regrada em Hardford Hall, coisas que ficam ameaçadas com a chegada do novo conde de Hardford.

Percy, por sua vez, é um personagem muito tumultuado. Aos trinta anos, ele ainda está tentando se encontrar e acredito que a intenção da autora foi fazê-lo amadurecer na prática, visto que ele sempre foi muito privilegiado em todos os sentidos - familiar, financeiro e social. Contudo, Percy não tem foco! O personagem é muito afobado e perde o fio da meada por diversas vezes, o que prejudica suas interações com Imogen. Alguns diálogos entre eles são muito confusos, pois ele divaga numa direção que não o leva a lugar nenhum. Em um primeiro momento isto é até cômico, mas depois torna-se enfadonho.

E vocês lembram que eu disse que eles não se complementam? Pois então, não há química entre o casal. Imogen merecia paixão, e eu não vi paixão entre eles. Arrisco dizer que Imogen e Percy se dariam melhor como amigos do que como um casal.

Quanto a trama paralela, estou até agora tentando compreender seu propósito. Não vou me aprofundar muito neste aspecto, mas a autora encaixa uma trama sobre contrabando que fica flutuando na narrativa sem ter onde se encaixar. Suponho que esta trama tinha a intenção de dar um propósito para Percy que não somente o papel de interesse amoroso de Imogen, mas faltou desenvolvimento e uma melhor finalização.

Algo que surpreende, entretanto, é a revelação do que realmente aconteceu durante a captura de Imogen e Richard antes da morte deste último. Quem acompanha a série sabe que Imogen presenciou a morte do marido, mas os desdobramentos da situação nunca foram expostos... até agora.

Há uma considerável gama de personagens em Um Beijo e Nada Mais. Percy tem uma família numerosa e os componentes da mesma dão as caras em dado momento. Há também as primas distantes do personagem que residem em Hardford Hall, os empregados da propriedade, algum arrendatários e moradores dos arredores, e, claro, os demais integrantes do Clube dos Sobreviventes. Sempre fico com o coração quentinho ao ver a cumplicidade e o vínculo genuíno que há entre eles.

Assim como no volume anterior, a leitura de Um Beijo e Nada Mais foi feita nos dois formatos, tanto físico quanto digital. A qualidade de ambos está impecável, assim como a tradução de Livia de Almeida. Em alguns volumes da série a ausência de um epílogo não faz muita falta, mas neste faz. Um epílogo daria uma maior sensação de desfecho e Imogen merecia um endosso ao seu final feliz.

Em suma, como observei no início das minhas considerações, não posso dizer que terminei a leitura decepcionada. Houve falhas sim, mas foi uma história que fluiu e que teve seus bons momentos. Não torci pelo casal, mas torci por Imogen. Isto, para mim, já está de bom tamanho. 
 


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11 comentários:

  1. Oi, Tamires. Tudo bem? Que bom que no geral a leitura tenha sido boa para você. Parece-me uma obra bastante agradável de ser desbravada. Sua resenha está maravilhosa. Adorei. Abraço!



    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
    .

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  2. Olá Tamires
    Sinto muito pela sua perda.infelizmente esse maldito virus está trazendo tanta dor para tanta gente.
    Ainda náo li nada dessa autora mas tenho vontade
    Bjs

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    Respostas
    1. Obrigada, Eliane. Espero que possamos nos livras deste vírus logo.

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  3. Olá, Tamires.
    Sinto muito por sua perda. Aqui em casa passamos por isso também e ainda dói muito. Eu gostei bastante desse livro e diferente de você achei o Percy perfeito para a Imogen. Ele era exatamente o que ela precisava. Mas gosto é gosto e cada um tem o seu hehe.

    Prefácio

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  4. Oi Tamires, sinto muito pela sua perda.
    "Um Beijo e Nada Mais", parece ter uma boa trama, tenho curiosidade de conhecer a história de Imogen.

    *bye*
    Marla
    http://loucaporromances.blogspot.com/

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  5. Oi Tami! Sinto muito pelo momento que está passando. Este momento atual está sendo muito complicado para o mundo e ainda tem gente que não leva a sério. Sobre o livro, este eu não li ainda, mas a história da Imogen é uma das que mais aguardo para conferir. Pretendo ler este no próximo mês. Bjos!! Cida
    Moonlight Books

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Tami Marins

Carioca e leonina, acha que nasceu na época errada. Lê desde que se entende por gente e é viciada em séries e em café. Escuta sempre as mesmas músicas, assiste sempre aos mesmos filmes e sonha escrever seu próprio livro.

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Tamires has read 32 books toward her goal of 100 books.
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