24 de março de 2021

Netflix | Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta

Título original: Moxie

Lançamento: 03 de março de 2021

Duração: 1h 51min

Direção: Amy Poehler

Gênero: Comédia, Drama

Elenco: Hadley Robinson, Lauren Tsai, Alycia Pascual-Pena, Nico Hiraga, Sabrina Haskett, Patrick Schwarzenegger, Anjelika Washington, Josie Totah, Amy Poehler, Josephine Langford, entre outros.

Saiba mais: IMDb - Filmow
Sinopse: Uma menina de 16 anos de idade de uma pequena cidade do Texas, inspirada pelo passado da sua mãe, começa uma revolução feminista em sua escola.

 


Quem visita o blog com frequência sabe que Moxie, livro que originou a adaptação tema desta postagem, foi lido por mim recentemente e se tornou um queridinho. Na resenha eu discorri sobre todo o meu contentamento para com a história escrita por Jennifer Mathieu, mas ainda faltou algo para o livro ser favoritado. Este algo que enxergo como a "alma" da história está presente na adaptação; adaptação esta que faz justiça ao livro e torna a história ainda melhor. Para quem não leu a resenha, sugiro que faça isso, pois farei apenas um breve apanhado.

No filme dirigido brilhantemente por Amy Poehler nós vamos conhecer a história de Vivian (Hadley Robinson), uma estudante do ensino médio que de repente, com um empurrãozinho dos ideais de uma aluna nova chamada Lucy (Alycia Pascual-Pena), se vê cansada do ambiente machista e hostil de seu colégio. Inspirada no passado ativista de Lisa (Amy Poehler), sua mãe, ela decide começar uma revolução feminista em sua escola e para isso cria o Moxie, um zine que tem como objetivo unir as meninas que se sentem oprimidas pelos desmandos do colégio, de seus alunos e até mesmo da diretora. Este é o ponto de partida da história e é daí que a trama se desenvolve. 

Hadley Robinson está ótima na pele de Vivian. Não conhecia o trabalho da atriz, mas sua força em determinadas cenas me deixaram com uma ótima impressão. As interações entre Vivian e Lisa são muito mais interessantes na adaptação e a dobradinha Hadley e Amy deu super certo. Quanto ao desenvolvimento de Vivian, senti que houve uma correria para que sua revolta começasse. No livro há uma cadência mais fluida entre sua ignorância sobre o que está acontecendo e sua revolta. Porém, isso não chega a ser algo prejudicial. Sobre Lisa, no livro, seu passado ativista é isso mesmo: passado. Já na adaptação a personagem incentiva mais a filha a lutar pelo que acredita e ela mesma tem cenas onde mostra que ainda acredita nas mesmas coisas, como na cena do mercado onde sofre um mansplanning. Acredito que optaram por não anular/suavizar as crenças de Lisa com a maternidade, que é o que acontece no livro.

Enquanto no livro há uma certa lentidão até que aconteça uma reunião das meninas que acreditam na causa do Moxie, na adaptação isso acontece até bem rápido. Aliás, adorei o destaque que algumas personagens como Kiera (Sydney Park) e Amaya (Anjelika Washington) ganharam. E não posso deixar de elogiar a diversidade do elenco e a preocupação que Amy, a diretora, e Tamara, a roteirista, tiveram de abordar a interseccionalidade do movimento. No livro isso é até mencionado, mas na adaptação ficou mais claro e didático. Há personagens latinas, amarelas, brancas, pretas, cadeirantes, transexuais, lésbicas, enfim, há mulheres! E o feminismo tem que ser um movimento que englobe e se preocupe com cada uma delas, pois não, não somos todas iguais e não, não sofremos as mesmas opressões.

Claudia (Lauren Tsai) ganhou uma trama mais interessante ao ter sua negação inicial justificada por questões culturais de sua família asiática. A função da personagem na história não foi alterada, mas suas questões para com tudo o que estava acontecendo foram muito mais pertinentes do que apenas um receio de rótulos, que é basicamente o que acontece no livro. 


Como eu já tinha mencionado na resenha do livro, há um romancezinho na história, mas não é nada que entre em conflito com a proposta da mesma. No livro, o romance entre Seth e Vivian é apenas fofo, mas graças ao carisma de Nico Hiraga, Seth ganha muito mais brilho e, de quebra, a simpatia do espectador. 

Agora vou falar um pouco sobre as diferenças que mais se destacam entre o livro e o filme, ok?

No livro, Seth e Vivian se conhecem no ano letivo atual, pois Seth se muda com seus pais para a cidade na qual Vivan mora. No filme eles se conhecem desde criança e sempre estudaram juntos. É apenas uma informação a título de curiosidade, pois isto não tem influência na relação deles.

Mitchell (Patrick Schwarzenegger) está muito mais problemático na adaptação. Os assédios cometidos são muito mais explícitos e o desconforto para com os mesmos é muito maior. No livro o personagem é filho do diretor da escola, já no filme a diretora é uma mulher é não há laços familiares entre eles. No início esta mudança de gênero me pareceu um equívoco, porém, por mais que às vezes a gente não queira acreditar, infelizmente há mulheres como Shelly (Marcia Gay Harden).

Fica subentendido no filme que Vivian achou a caixa de lembranças da mãe pela primeira vez um pouco antes de ter a ideia de criar zine, enquanto que no livro ela já havia tido contato com a mesma várias vezes. Ainda sobre Vivian, no livro ela é órfã de pai e no filme os pais são divorciados. E se no filme Vivian ouve a palavra Moxie da boca de Shelly, no livro é sua avó que a menciona. Aliás, os avós de Vivian sequer existem na adaptação.

E finalmente, em relação ao protesto onde, no filme, todas usam uma blusa regata em solidariedade a Kaitlynn (Sabrina Haskett), no livro a vestimenta escolhida é um roupão de banho. 

Tecnicamente falando, Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta é muito correto. É um filme com uma fotografia colorida, jovem e descontraída. Os figurinos seguem nitidamente a personalidade de cada personagem, o que é bacana. A trilha sonora também é ótima, super girl power e ótima para ouvir no último volume! Ouça AQUI.

Moxie: Quando as Garotas Vão à Luta é aquele caso de adaptação que supera o livro, que já é muito bom. Cheguei até a me emocionar no final, pois o clímax é maravilhoso! É um filme leve, mas que não tem medo de tocar em temas importantes. Assistam, vocês não vão se arreoender! 

#MoxieGirlsFightBack


10 comentários:

  1. Oi Tami
    Eu não estou assistindo nada, simplesmente perdida quanto aos lançamentos porque descobri que filmes não me atraem mais KKK Mas eu vi a resenha do QEL e da Mi e ambas gostaram muito da trama. Tem um plot no final que parece ficar mal desenvolvido, mas não posso comentar porque não assisti. Eu acho legal terem tantas adaptações de histórias de livros, ainda mais essa que traz tanto empoderamento e representatividade.
    Mas o livro vou tentar ler futuramente!
    Beijo
    https://www.capitulotreze.com.br/

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    1. Pra mim não ficou nada mal resolvido, tá tudo muito redondinho.

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  2. Oi, Tamires. Tudo bem? Que bom adaptação tenha sido bem feita, e que tenha ficado melhor do que o livro em sua opinião. Me parece ser muito bom de ser visto realmente, embora me desperte mais o interesse no livro que o filme. Abraço!


    https://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/

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    1. Tomara que você faça um dos dois, Luciano. Vale a pena!

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  3. Oi Tamires!

    Eu amei esse filme, foi uma bálsamo pro meu coração nesses tempo terríveis.
    É surpreendente quando uma adaptação fica melhor do que o livro neh?!

    Adorei saber sobre as diferenças entre o livro e o filme.

    Apesar do Caos

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  4. Oi Tami,

    Confesso que não estava interessada em ler o livro, apesar de gostar da temática. Mas estava curiosa com o filme. Depois da sua resenha da adaptação me empolguei, ainda mais por ela até mesmo superar o livro. Vou tentar assistir nesse fim de semana, já sinto que vou gostar muito.

    Bjs
    https://diariodoslivrosblog.blogspot.com/

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  5. Ooi
    Eu vi a chamada desse filme na Netflix e fiquei com muita vontade de assistir, mas claramente preciso ler o livro primeiro. Adoro obras que são girl power, ainda mais na adolescencia.

    Sil
    blog kzmirobooks.com • Siga no Instagram: @kzmirobooks

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Tami Marins

Carioca e leonina, acha que nasceu na época errada. Lê desde que se entende por gente e é viciada em séries e em café. Escuta sempre as mesmas músicas, assiste sempre aos mesmos filmes e sonha escrever seu próprio livro.

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