Resenha | Dama da Névoa - Laura Sebastian

eBook cedido em parceria com a editora.

Autora: Laura Sebastian

Tradutora: Raquel Zampil

Série: Princesa das Cinzas #2

Número de páginas: 403

Ano: 2020

Editora: Arqueiro

Skoob: AQUI

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Sinopse: Quando Theodosia tinha apenas seis anos, sua mãe, a Rainha do Fogo, foi morta pelo kaiser. Ele tomou seu país e a manteve prisioneira, coroando-a como a Princesa das Cinzas e manipulando-a por dez anos.

Porém, essa época terminou. O kaiser subestimou Theo, considerando-a fraca e indefesa. Ele não percebeu que uma mente arguta é a arma mais mortal.

Agora, Theo não usa mais uma coroa de cinzas. Ela recuperou o título que lhe pertencia e fez um refém: o prinz Søren, filho do kaiser. Mas seu povo continua escravizado e ela está a milhares de quilômetros de distância.

Para recuperar o trono, ela precisa de um exército. Segundo sua tia, a temível pirata Dragonsbane, a única maneira de obter um é se casando.

Theo sabe que a liberdade tem um preço, mas ela está determinada a encontrar um jeito de salvar seu país sem precisar se perder no caminho.

— Eu morri como a Rainha da Paz e a paz morreu comigo. Mas você é a Rainha das Chamas e da Fúria, Theodosia, e vai atear fogo no mundo deles.

Theodosia Eirene Houzzara conseguiu se livrar das garras de Corbinian, o kaiser da Kalovaxia que agora reina em Astrea depois de ter assassinado sua mãe. A bordo do Fumaça, navio de sua tia Dragonsbane, Theodosia tenta traçar seus próximos passos com o auxílio de seus agora conselheiros Blaise, Artesmisia e Heron. Para retormar Astrea, Theodosia precisa de um exército, algo que ela não tem. Por isso, a melhor opção é formar alianças... e qual é a aliança mais antiga dos reinos? O casamento, claro.

Deste modo, o Fumaça parte rumo a Sta'Crivero, reino governado por Etristo e local que será palco para a escolha do futuro marido de Theodosia. É para lá que inúmeros reis, príncipes e até mesmo imperatrizes terão que mostrar que são a melhor opção para reinar ao lado de Theodosia.

Pela primeira vez em muito tempo, a esperança dentro de mim não é uma coisa frágil. Está crescendo, tornando-se mais firme, mais ousada.

Acontece que Corbinian não aceita o fato de que sua prisioneira e principal trunfo contra os astreanos fugiu levando Søren, seu filho, como refém. Seu silêncio é ensudercedor, mas Theodosia sabe que ele está trabalhando para capturá-la novamente. Quando um atentado mata um dos pretendentes de Theodosia, ela sabe que o momento de revidar está finalmente se aproximando. Mas como lutar sem armas, sem homens? E quando os homens são as próprias armas?

Para surpreender, Theodosia precisa agir primeiro. Em Sta'Crivero ela encontra um grupo de refugiados dispostos a lutar contra a tirania do kaiser. Não é o suficiente, mas é um começo. E quando um auxílio inesperado chega, as coisas parecem caminhar a seu favor.

O que Theodosia não esperava é que essa batalha a colocaria frente a frente com aquela que foi, durante a maior parte de sua vida, sua única amiga, a quem traiu e mutilou. Crescentia quer vingança, e perto dela até mesmo o kaiser parece inofensivo.

Além disso, Theodosia precisa compreender o que está acontecendo com ela e para isso precisa arriscar tudo em nome do controle. Ela passou toda sua vida sendo prisioneira de um homem e não quer passar o restante sendo prisioneira dela mesma.

Como uma fênix, Theodosia ressurgiu das cinzas uma vez... e ela fará isso novamente.

— A pureza da motivação não importa. A força dela, sim, e não existe motivação mais forte que a vingança.

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Dama da Névoa é a continuação de Princesa das Cinzas, que foi lançado por aqui em 2018. Sugiro que vocês deem uma lida na resenha do primeiro livro, pois isso vai situá-los melhor no tempo e no espaço já que não abordarei nesta postagem o que nos trouxe até aqui. Apesar das ressalvas que tive com o volume inicial, lembro que terminei a leitura achando promissor o caminho que Laura Sebastian começou a trilhar ao longo da narrativa. Estava sim animada para fazer a leitura de Dama da Névoa, porém, apesar de ter curtido, ainda continuo achando que falta algo.

Assim como seu antecessor, Dama da Névoa não tem clímax. Não houve na história nenhum momento que me tirou o fôlego ou que me fez temer pelos personagens. Apesar de criativa e coerente, a história é linear e subaproveita momentos e personagens que poderiam render muito mais, como foi o caso da batalha contra os kalovaxianos, da estadia de Theodosia em Sta'Crivero e as funções de Dragonsbane e Crescentia na história.

Dama da Névoa começa do ponto em que Princesa das Cinzas terminou, o que sempre considero algo muito positivo em sequências. Eu diria que Dama da Névoa possui três arcos; no primeiro acompanhamos Theodosia a bordo do Fumaça, onde arquiteta junto a Blaise, Artemisia, Heron e Dragonsbane seus próximos passos; o segundo e mais extenso é sua visita a Sta'Crivero e os desdobramentos de um plano para lhe garantir um exército; já o terceiro e menos interessante de todos é sua debandada e tentativa de reconquistar um território dominado pelos soldados do kaiser, seu algoz.

Apesar de interessante em termos gerais, o segundo arco cansa por seu tamanho e falta de propósito. Desde o começo torci o nariz para o plot envolvendo inúmeros príncipes e afins que "competiriam" pela mão de Theodosia. Sabia que isso não daria em lugar nenhum, o que de fato aconteceu. De interessante fica só a ambientação, já que Sta'Crivero me lembrou muito a Capital, de Jogos Vorazes.

A protagonista me irritou com sua passividade. Theodosia passou a maior parte da vida como uma prisioneira, por isso tentei entender que liderar ainda é algo estranho para ela. Porém, é frustrante vê-la toda hora cercada de opiniões. Senti falta de um pulso firme, de um porte de rainha, sabe? De modo geral, Theodosia me lembra Kelsea, protagonista da trilogia A Rainha de Tearling, e não pude deixar de compará-las principalmente no modo como ambas encaram seus reinados. Ok que Theodosia não tem um país para reinar, mas ainda assim falta alguma coisa, falta algo que me faça enxergá-la como uma rainha.

Em Princesa das Cinzas tivemos um ensaio de um triângulo amoroso e ele permanece em Dama da Névoa. Eu não gosto deste artifício e vocês sabem, principalmente quando a química entre os envolvidos é inexistente. Mas felizmente o romance é algo que fica totalmente em segundo plano ao longo da história, então isto acabou não me incomodando. Mas sigo no #TeamSøren!

E por falar em Søren, também fiquei frustrada com seu papel neste volume! O arco do personagem até faz sentido, pois sem ele outras tramas não iriam se desenvolver; mas Søren é um personagem que desde o início nada, nada, nada e morre na praia. Vamos ver o que o futuro lhe reserva...

E agora meu maior desgosto: Crescentia! O que aconteceu ao final de Princesa das Cinzas me deixou com altas expectativas em relação a personagem. Sua participação, entretanto, é ínfima! Ela conseguiu se tornar kaiserin, algo que sempre sonhou, mas a um preço muito alto e isso foi totalmente ignorado neste volume. Só me resta a esperança de que ela chegue com tudo no derradeiro volume, caso contrário, vou ficar muito desapontada. 😅

Não vou me estender muito falando sobre os demais personagens, mas como mencionei que Dragonsbane foi subaproveitada, devo mencionar o porquê. Kallistrade, como realmente se chama, é uma mulher forte e destemida. Uma pirata comandante de uma enorme frota. Senti que a autora quis nos deixar com a pulga atrás da orelha em relação a lealdade da personagem, mas no fim das contas suas atitudes vinham de um lugar muito comum e banal.

Os poderes, as pedras preciosas e afins são questões muito menores neste volume do que no volume anterior. Blaise é o que parece conduzir este fio e seguimos acompanhando sua sina de ser - ou não - um berserker - pessoas que canalizam tanto poder a ponto de tornarem-se armas.

Tive a oportunidade de ler a edição digital de Dama da Névoa e a mesma está ótima. Capa bonita, boa formatação, poucos erros e texto coeso e coerente. Neste volume segui com a mesma impressão de que a história se beneficiaria de uma narrativa em terceira pessoa e de mais pontos de vista. A narrativa em primeira pessoa por Theodosia deixa tudo muito limitado. No mais, apesar dos pesares, foi uma leitura fluida e as mais de quatrocentas páginas passaram voando.

Dama da Nevoa prometia muito, mas cumpriu pouco. Não foi uma leitura ruim, mas eu esperava bem mais. Agora tratarei de alinhar minhas expectativas para o derradeiro volume, ainda sem previsão de lançamento por aqui. Vamos ver o que Laura Sebastian nos reserva.