Livro cedido em parceria com a editora.
Autora: Julia Quinn
Tradutora: Thaís Paiva
Série: Trilogia Bevelstoke #2
Número de páginas: 288
Ano: 2020
Editora: Arqueiro
Skoob: AQUI
Compre: Amazon
Sinopse: Quando Olivia Bevelstoke ouve o boato de que Harry Valentine, seu novo vizinho, matou a própria noiva, não acredita nisso nem por um segundo.
Ainda assim, só por via das dúvidas, decide espioná-lo. Arruma um lugar perto da janela do quarto, se esconde atrás da cortina e passa a observá-lo. Logo descobre um homem muito intrigante, que definitivamente está tramando algo.
Sir Harry Valentine trabalha para o gabinete mais sem graça do Departamento de Guerra inglês, traduzindo documentos vitais para a segurança nacional. Apesar de não atuar como espião, passou por todo o treinamento para ser um. Por isso, percebe imediatamente que sua linda vizinha está seguindo seus passos pela janela.
Assim que chega à conclusão de que ela é apenas uma debutante bisbilhoteira, Harry descobre que a jovem está sendo cortejada por um príncipe estrangeiro suspeito de conspirar contra a Inglaterra.
Agora ele precisa espioná-la oficialmente, e logo fica claro que a maior risco que Olivia representa é fazê-lo se apaixonar...

Olivia Bevelstoke está cansada de ser considerada apenas o rosto mais bonito de Londres. Ela quer mais do que ser o centro das atenções, já que toda a que recebeu até o momento não lhe trouxe o que ela mais almeja: o amor. Foram vários pedidos de casamento recusados em nome de uma espera que, até o momento, não deu em nada... e agora ela está entediada. E por estar entediada, ela faz o que, geralmente, damas respeitáveis não deveriam fazer, que é dar ouvidos a fofocas. Corre o boato de que seu vizinho assassinou a própria noiva. Ela deveria deixar pra lá, mas decide começar a espioná-lo para descobrir a verdade.
Harry Valentine teve uma infância complicada. Era ele o responsável por cuidar do pai alcoólatra e, quando criança, contou os dias até chegar a hora de ir para a escola para assim se ver livre deste fardo. Aos 19 anos, ele volta de Hesslewhite e a intenção é logo partir para a universidade, porém, no ímpeto de uma conversa familiar, acaba decidindo seguir os passos de seu primo Sebastian Grey: o exército. Fluente em russo, Harry acaba se tornando um tradutor do Departamento de Guerra. Anos mais tarde, quando volta para Londres, ele continua trabalhando de casa na tradução de documentos importantíssimos... e agora tem de lidar com uma louca lhe espiando através da janela do vizinho.
Para tentar entender o que está acontecendo, Harry decide puxar uma conversa com Olivia em um concerto das Smythe-Smith, mas acaba não simpatizando muito com a moça e nem consegue descobrir o motivo do interesse dela em bisbilhotar seu escritório. Ela, por sua vez, o acha muito seguro de si e detesta ouvir as alfinetadas que ele lhe dá, o que deixa claro que ele sabe o que ela está fazendo.
— Essa valsa não é um pouco longa demais?
— Não acho.
Algo no tom dele lhe chamou a atenção e ela ergueu os olhos bem a tempo de vê-lo abrir um sorriso.
— Só parece longa porque a senhorita não gosta de mim — disse ele.
Ela arquejou. Era verdade, é claro, mas ele não tinha nada que dizer aquilo em voz alta.
— Só que tenho um segredinho, lady Olivia — sussurrou ele, aproximando-se dela tanto quanto os bons costumes permitiam. — Eu também não gosto da senhorita.
Dias depois, Harry recebe um comunicado urgente e entra em uma missão. Acontece que há um russo em Londres, o príncipe Aleksei Ivánovitch Gomaróvski, e há suspeitas relacionadas aos motivos de sua visita. Há também uma coincidência muito suspeita, já que o príncipe não esconde de ninguém o seu interesse pela jovem senhorita Bevelstoke... que por sua vez está espionando Harry... que por sua vez trabalha para o Departamento de Guerra... estaria tudo relacionado?
Para tentar descobrir se há alguma conexão nisso tudo, Harry acaba tendo que passar mais tempo com Olivia. Infelizmente, Aleksei parece ter mesma ideia e são várias as vezes em que eles têm de compartilhar o mesmo ambiente junto a uma Olivia que não sabe lidar muito bem com a animosidade latente entre os dois.
Com a proximidade, Harry começa a perceber que Olivia não é a esnobe que ele pensava que fosse. Ela, por sua vez, começa a ter certeza de que não há nenhum fundamento naquele boato pavoroso. Só que ainda há um príncipe russo na equação, e Harry precisa desvendar se há algo por trás do interesse de Aleksei antes que seja tarde demais.
Olivia sorriu para ele, um sorriso alegre e sincero que o envolveu como uma brisa morna. Em resposta, ele sentiu o próprio sorriso surgindo no rosto, livre e genuíno. Ela olhava para ele, ele olhava para ela, e por um momento arrebatador parecia que estavam a sós.
O Que Acontece em Londres é o segundo volume da Trilogia Bevelstoke e nele vamos acompanhar a história de Olivia Bevelstoke, irmã do protagonista do primeiro volume, e Harry Valentine, um tradutor do Departamento de Guerra. Eu gostei muito do volume anterior e estava esperando gostar deste segundo, já que Olivia tinha chamado minha atenção no livro anterior por conta de sua personalidade sem filtro. O livro é bom, mas peca em um aspecto essencial: a individualidade dos protagonistas.
Olivia e Harry, juntos, são ótimos. As interações entre eles são sempre bem divertidas e cheias de alfinetadas bem humoradas. Como costumamos dizer, um levanta a bola para o outro cortar. Individualmente, entretanto, as coisas não são bem assim...
Oliva é repetitiva, tem sempre as mesmas reações e é um tanto quanto contida demais, chegando a ser meio robótica. Talvez por ter a língua afiada e por não pensar muito antes de falar, ela tenha se condicionado a agir mais deste modo, porém, isso me causou certa estranheza e distanciamento. É meio frustrante ver que a maneira como ela reage não acompanha o modo como ela pensa. A personagem é muito bonita e parece que seus dilemas orbitam em torno de sua beleza, o que é um pouco superficial demais.
Harry, por sua vez, tinha uma bagagem interessante que, no fim das contas, não serviu para muita coisa. Toda sua questão com o alcoolismo do pai poderia ter rendido bem mais do que uma aversão a tudo que fosse alcoólico. Não houve uma reflexão sobre isso nem mesmo com Edward, seu irmão, que estava indo pelo mesmo caminho. Senti que faltou algo realmente relevante em sua história, já que até mesmo seu trabalho como tradutor no Departamento de Guerra é subaproveitado. E de onde saiu o boato dele ser um assassino? Não se sabe e é outra coisa que não faz a mínima diferença na história.
Agora, juntos, a história é outra. Como eu disse acima, eles são bem divertidos quando estão interagindo. Inicialmente, há uma inquestionável animosidade, afinal, Olivia acha que ele é um assassino e ele desconfia que ela pode estar trabalhando para o inimigo, já que ela não para de espioná-lo através da janela. Há uma empolgação no lidar um com o outro que é muito interessante, mesmo quando eles acham que estão lidando com um assassino, no caso dela, e uma espiã, no caso dele.
Olivia é uma das moças mais desejadas de Londres e perdeu a conta de quantos pedidos de casamento teve de recusar. Ela quer se casar por amor, mas ele nunca dá as caras. Tanta demora faz com que a sociedade passe a considerá-la uma esnobe. Este é outro ponto que poderia ter sido mais desenvolvido. Julia teve todo um trabalho de inserir um príncipe russo na história e poderia endossar as fofocas da cidade criando um embate mais interessante neste aspecto, porém, mais uma vez, ela ficou só no quase.
Aleksei foi colocado ali por um motivo que só vai se desenrolar, muito rapidamente, quase no fim da história, e sua presença neste volume dá margem para o desenvolvimento do próximo. Tirando isso, não há nada muito interessante a seu respeito. O que é uma pena, pois é um personagem que tinha muito potencial.
Os demais personagens secundários de O Que Acontece em Londres não têm muita relevância na narrativa. Sebastian Grey, primo de Harry e protagonista do próximo volume da trilogia, é muito alegre e brincalhão. Eu poderia até tecer mais elogios a ele se já não tivesse lido Dez Coisas Que Eu Amo em Você, sendo assim, os demais comentários a seu respeito serão feitos na respectiva resenha. Senti falta de Miranda e Turner, bem que eles poderiam ter aparecido, né, Julia? E para os que curtem um crossover, há um evento na casa das Smythe-Smith.
Eu já mencionei que amo essas capas, mas não custa nada repetir. Por mim a Arqueiro poderia manter esse padrão nos livros da autora daqui em diante, e por vocês? 💜 A edição física segue o padrão de qualidade da editora com folhas amareladas, diagramação simples e confortável e boa revisão. A história é narrada em terceira pessoa e a tradução de Thaís Paiva está excelente, coerente e coesa como sempre.
Como vocês puderam perceber, tive ressalvas ao longo da leitura, mas ainda considero O Que Acontece em Londres um bom livro. Houve momentos divertidos e espirituosos que compensaram um pouco as deficiências da história como um todo. Não deixem de ler, pois esses pontos que eu apontei são muito pessoais; o que é um defeito para mim pode ser uma qualidade para vocês. Então leiam e tirem suas próprias conclusões. 😉
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Oi Tamires.
ResponderExcluirEu ainda não comprei esses livros, estou esperando uma boa promo, mas estou ansiosa para conferir. Lendo sua resenha percebi que a ansiedade só aumentou.
Que bom que apesar de alguns detalhes a leitura como um todo funcionou bem pra você.
Bjus
Torcendo pra você gostar, Lia! :*
ExcluirOi, Tamires! Que chato o livro não ter lhe agradado por completo, embora você tenha gostado da leitura. A capa é muito atrativa, apesar de simples. O bacana de romances de época é se deliciar (ou não) com tudo o que se passava naquele tempo tão distante e, tão diferente da atualidade. Adorei sua resenha, parabéns. Abraço!
ResponderExcluirhttps://lucianootacianopensamentosolto.blogspot.com/
Verdade, Luciano. É muito bacana.
ExcluirOi, Tami!
ResponderExcluirComecei a ler a série Os Bridgertons recentemente, e amei a escrita da Julia, apesar de ter tido meus problemas com a leitura em si :P
Eu achei a proposta bem interessante e é uma pena que a autora tenha pecado na questão do desenvolvimento da personalidade dos personagens :(
Isso é uma coisa que me incomoda também, uma vez que adoro um drama haha
A capa é uma graça mesmo <3
Estante Bibliográfica
Mas tem muita gente amando o livro, então vai ser medo de ser feliz.
ExcluirOlá, Tamires.
ResponderExcluirSuper concordo sobre as capas. Por mim seguiam esse padrão que é muito mais bonito do que os outros dela.Agora sobre o livro você me deu um banho de água fira. Como sabe eu odiei o primeiro livro e estava querendo ler esse só por causa da Olivia e saber que ela não funcionou me deixa com vontade zero de comprar ele. Vai ter que ser uma promoção bem atrativa mesmo.
Prefácio
Ah, Sil, tenta. Muitas vezes é algo muito mais pessoal do que qualquer outra coisa. :D
ExcluirOii, Tami.
ResponderExcluirEu sempre vejo diversas resenhas positivas sobre os livros da Julia Quinn mas acredita que nunca li nada dela, sinto que preciso mudar isso urgentemente. Adorei sua resenha e parece ser um livro interessante, pena que os personagens quando estão sozinhos não tem um bom desenvolvimento, diferente de quando estão juntos.
Beijinhos
http://focadasnoslivros.blogspot.com
Mas a história como um todo é bacaninha, vale a leitura. ;)
ExcluirOlá...
ResponderExcluirAdorei a sua resenha!
Esse livro está na minha lista de desejados e estou simplesmente loooooouca pra ler! Seus comentários a respeito me fizeram desejar a leitura ainda mais... Amo esses diálogos bem humorados dos livros da Julia <3
Bjo
http://coisasdediane.blogspot.com/
Eu acho as capas dessa trilogia uma fofura Tami, nao vou mentir, mas ainda nao criei coragem pra me aventurar mais em romances de epoca. Fico muito pe atras de ficar entediado em algum momento.
ResponderExcluirAbraços
Emerson
https://territoriogeeknerd.blogspot.com/?m=1
Oi
ResponderExcluirquero ler essa trilogia, pois gosto de ler os livros da autora, pelo menos apesar das ressalvas gostou da história, pois não podemos negar que a escrita da Julia é envolvente.
http://momentocrivelli.blogspot.com/